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Perda de memória na terceira idade, está relacionado com deficiência proteica, diz pesquisa.

Perda de memória na terceira idade, está relacionado com deficiência proteica, diz pesquisa.

Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriram que a deficiência da proteína RbAp48 em uma região cerebral denominada hipocampo contribui para a perda de memória relacionada à idade – e que esse processo pode ser revertido. O estudo fornece ainda evidências de que esse tipo de perda de memória não está relacionado ao Alzheimer.

Liderado por Eric Richard Kandel, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina em 2000, por trabalhos relacionados à memória, a pesquisa foi realizada com células cerebrais humanas e com camundongos. Os resultados foram publicados na edição online do periódico Science Translational Medicine.
Inicialmente acreditava-se que a perda de memória relacionada à idade era uma manifestação inicial do Alzheimer, mas evidências mostraram que esses são dois processos distintos, ambos relacionados ao hipocampo – uma região do cérebro composta por várias sub-regiões conectadas, fortemente associada à memória e ao aprendizado.
Estudos anteriores mostraram que o Alzheimer afeta a memória agindo no córtex entorrinal (CE), região que contém a maior parte das vias de entrada para o hipocampo. Já a perda de memória relacionada à idade afeta o giro denteado (GD), sub-região que recebe estímulos do CE. "Até agora, porém, ninguém havia conseguido identificar os defeitos moleculares específicos envolvidos na perda de memória por idade em humanos", afirma Scott Small, coautor do estudo.
Pesquisa 
 No trabalho atual, os pesquisadores procuravam mais evidências da distinção entre a perda de memória "comum" e o Alzheimer. O primeiro passo foi analisar as expressões dos genes no giro denteado em células cerebrais humanas colhidas de oito adultos que não apresentavam doenças cerebrais, após sua morte. A equipe analisou também células do córtex entorrinal, que serviram como controle, uma vez que essa área cerebral não é afetada pelo envelhecimento. Os resultados levaram a 17 genes que poderiam estar relacionados ao envelhecimento do giro denteado. Dentre eles, o que apresentou mudanças mais significativas foi o RbAp4: a expressão desse gene sofreu uma queda acentuada com o avançar da idade.
Para determinar se o RbAp48 estava envolvido com a perda de memória relacionada à idade, os pesquisadores realizaram estudos com camundongos. "A primeira pergunta era se esse gene também tem a expressão reduzida em camundongos idosos", disse Elias Pavlopoulos, integrante da equipe. "E foi isso o que aconteceu – houve uma redução da proteína RbAp48 no giro denteado [dos camundongos]."
Memória flexível 
 Os pesquisadores então inibiram a atividade desse gene em animais jovens e avaliaram sua memória em testes de reconhecimento de objetos e labirintos. Os resultados mostraram que eles sofreram uma perda de memória semelhante aos camundongos idosos. Porém, quando a inibição do gene foi interrompida, a memória desses animais voltou ao normal.
Em outro experimento, camundongos mais velhos tiveram a expressão do gene aumentada. "Nós ficamos surpresos em notar que isso não só melhorou o desempenho desses animais em testes de memória, mas tornou-os comparáveis aos camundongos jovens", explica Pavlopoulos.
Para Kandel, é possível que outras mudanças no giro denteado contribuam para esse tipo de perda de memória, mas a grande importância deste estudo é mostrar que esse processo se relaciona a mudanças funcionais nos neurônios, e não a sua perda, como ocorre no caso do Alzheimer.
O estudo sugere ainda que a via molecular PKA-CREB1-CBP, descoberta pela equipe em estudos anteriores, pode estar relacionada à ação da proteína RbAp48, o que torna tanto a proteína quanto a via alvos para tratamentos experimentais contra a perda de memória. Agentes que estimulam essa via já foram relacionados à melhora de disfunções relacionadas à idade no hipocampo de roedores.
"Não se sabe se essas substâncias vão funcionar em humanos, mas a questão é que para desenvolver tratamentos, primeiro é preciso encontrar o alvo certo. Agora nós temos um bom alvo, e com os camundongos que desenvolvemos nós podemos testar diversas terapias", afirma Small.
Fonte: Veja Online

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